sábado, 1 de agosto de 2015

Category Archives: Biografias: Quadrinhos

Morre Herb Trimpe, clássico desenhista do Hulk e primeiro a desenhar Wolverine

Herb Trimpe morreu aos 75 anos.
Herb Trimpe morreu aos 75 anos.
Faleceu ontem o artista Herb Trimpe, famoso por seu longevo trabalho na editora Marvel Comics, onde trabalhou com diversos personagens, incluindo uma clássica passagem pelo Hulk, onde foi o primeiro a desenhar uma aventura de Wolverine. A notícia veio da própria página oficial do artista no Facebook, ontem mesmo.
Herbert “Herb” Trimpe nasceu em 1939 em Peekskills, no Estado de Nova York, desde cedo se interessando por arte e desenho. Ele ingressou na Marvel Comics em 1967, como funcionário da redação, porém, logo, começou a fazer arte-final de algumas revistas secundárias e, por fim, passou a desenhá-las.
Seus primeiros trabalhos incluem participações na revista Nick Fury, Agent of SHIELD, em 1969, para em seguida assumir a revista The Incredible Hulk a partir do número 106, de1968, permanecendo de modo quase ininterrupto por sete anos na revista, até aedição 193, de 1975. Também desenhou várias edições esparsas da revista The Invencible Iron-Man, com as aventuras do Homem de Ferro, desde 1970 até 1976.
A clássica história de Jarella.
A clássica história de Jarella.
Assim, o traço de Trimpe foi “a cara” do Hulk na primeira metade dos anos 1970. Na revista, ele foi o criador visual de dezenas de personagens importantes, como Jim Wilson (edição 131, de 1970), Jarella (edição 140, uma das mais famosas e clássicas aventuras do personagem naquela década) e o Dr. Leonard Samson (edição 141, de 1971). Foi também na longa temporada de Trimpe com o Hulk que Wolverine fez sua estreia nos quadrinhos. Contudo, o futuro x-man mais popular foi criado pelo escritor Len Wen e o desenhista John Romita, que desenha a capa de The Incredible Hulk 181. Ainda assim, Trimpe foi o primeiro a desenhar Wolverine em ação no pequeno arco publicado nas edições 180, 181 e 182.
Em The Incredible Hulk Trimpe trabalhou com vários roteiristas, como Stan Lee, Marie Severin, Roy Thomas, Archie Goodwin, Steve Englehart, Chris Claremont, Gerry Conway e Len Wein.
Após a passagem pelo Hulk, Trimpe se uniu de novo a Chris Claremont, criando a revista Captain Britain, em 1976, com as aventuras doCapitão Britânica, um personagem feito especialmente para o mercado do Reino Unido e publicado pela Marvel UK, a subsidiária inglesa da editora. Foi na edição 08 dessa revista que surgiu a irmã do herói, Bettys Braddock, a Psylocke, que mais tarde se tornaria uma famosa membro dos X-Men nos anos 1990.
A introdução de Leonard Samson em "Incredible Hulk 141".
A introdução de Leonard Samson em “Incredible Hulk 141″.
Trimpe também desenhou a revista The Defenders, em1980, e em seguida, assumiu Marvel Team-Up, que trazia sempre o Homem-Aranha agindo ao lado de outros heróis da Marvel, as quais desenhou as edições 106 a 118, de 1981 a1982.
Herb Trimpe não criou Wolverine, mas foi o primeiro a desenhá-lo.
Herb Trimpe não criou Wolverine, mas foi o primeiro a desenhá-lo em uma história.
O desenhista também trabalhou com várias das revistas deprodutos licenciados pela Marvel, como o mostro japonêsGodzilla e o aventureiro cinematográficoIndiana Jones,mas sua mais marcante produção nesse sentido foi G.I. Joe: A Real American Hero, a revista dos Comandos em Ação, escrita por Larry Hama, na qual desenhou a primeira edição, em 1982, e algumas outras dos primeiros números, terminando por assumir a revista derivada G.I. Joe: Special Missions, que teve28 edições publicadas entre 1984 e 1989.
G.I. Joe foi outra revista popular assinada por ele.
G.I. Joe foi outra revista popular assinada por ele.
Dali em diante, já com idade avança e “superado” por uma geração mais nova de desenhistas, Trimpe passou a fazer apenas edições especiais, de personagens como Quarteto Fantástico e Capitão América até se desligar da Marvel em 1996. Ele aproveitou a pausa para estudarArte na Empire State College e manteve-se trabalhando para editoras pequenas, além de uma edição especial de BPRD, a agência especial do universo do personagemHellboy, da Dark Horse Comics.
Herb Trimpe tinha 75 anos e deixa uma viúva e quatro filhos. A família pediu que, em vez de flores, os fãs doassem fundos para o Hero Iniciative, uma organização não-governamental que cuida de artistas de quadrinhos aposentados e com dificuldades financeiras.
A arte de Trimpe na revista Hulk.
A arte de Trimpe na revista Hulk.

Batman: Desenhista Norm Breyfogle ganha coletânea de histórias pela DC Comics

Detalhe da capa de Legends of the DArk Knight, com a arte de Norm Breyfogle.
Detalhe da capa de Legends of the Dark Knight, com a arte de Norm Breyfogle.
Ao longo de seus 75 anos de publicação, Batman, o combatente do crime das histórias em quadrinhos criado pela editora DC Comics, já foi escrito e ilustrado por alguns dos mais famosos e talentosos artistas do mundo. Contudo, enquanto alguns alçam o megaestrelato, outros não ficam tão famosos, apesar do talento. Este último é o caso do desenhistaNorm Breyfogle, que imprimiu uma marca significativa nas histórias do homem-morcego na passagem da década de 1980 para 1990, mas raramente é lembrado no rol dos grandes artistas do cavaleiro das trevas.
Uma pequena reparação dessa condição foi anunciada esta semana pela DC Comics: a editora publicará em julho o encadernadoBatman: Legends of the Dark Knight – Norm Breyfogle,inteiramente dedicado às aventuras do homem-morcego ilustradas por ele. É a primeira vez que a obra do artista ganha uma retrospectiva. A coletânea reúne as edições Detective Comics 579, 582 a 594 e 601 a 607, além de Batman Annual 11 e 12, publicadas originalmente entre 1987 e 1990. Os roteiros são de Alan Grant na primeira revista e John Wagner na segunda. O livro terá 520 páginas e preço de US$ 49,99.
Poderoso painel de Breyfoglem em Detective Comics 617.
Poderoso painel de Breyfoglem em Detective Comics 617.
A fase desenhada por Breyfogle ocorre no período posterior à morte doRobin II (Jason Todd) e o início da saga A Queda do Morcego, e coincide com um período no qual o Batman se tornou extremamente popular, fruto do alto nível de suas histórias, tanto nas revistas mensais, quanto nas especiais. Também foi a época do lançamento dos dois filmes dirigidos por Tim Burton.
A introdução do novo Robin, em Batman 457.
A introdução do novo Robin, em Batman 457.
Dessa forma, o Batman de Norm Breyfogle explora bastante umaabordagem sombria do personagem, o que o artista consegue comtraços retos e expressivos, criando grandes paineis. Também ajuda muito os roteiros inteligentes e não-usuais de Alan Grant, escritor vindo da “invasão britânica”, na qual um grande número de artistas do Reino Unido migraram para os EUA e revolucionaram o mercado das histórias em quadrinhos, com abordagens mais adultas e contemporâneas dos personagens e das histórias.
A expressividade do Batman era uma das grandes marcas do artista: página de Batman 455.
A expressividade do Batman era uma das grandes marcas do artista: página de Batman 455.
As tramas de Grant trazem reflexos diretos da época, desde a primeira Crise no Golfo até os estopins finais da Guerra Fria, passando por temas mais mundanos como o descarte de lixo das grandes cidades. Tudo isso emolduradona arte, dura, reta, expressiva e espetacular de Norm Breyfogle. A dupla criou vilões como Anarquia, Zsasz e Vetríloco, criou grandes histórias comMatadouro e Coringa e trouxe eventos marcantes, como a morte dos pais de Tim Drake e sua transformação no Robin III.
Norm Breyfogle: artista às vezes esquecido.
Norm Breyfogle: artista às vezes esquecido.
Para aqueles que lêem em inglês e têm interesse em aprofundar os conhecimentos em recantos não óbvios da trajetória do Batman, esta edição especial da DC é um ótima pedida.
Ângulos retos marcam a arte do artista.
Ângulos retos marcam a arte do artista.
Norm Breyfogle nasceu em 1960, em Iowa City, no Estado de Iowa, e desde cedo se envolveu com a arte, tendo cursado Pintura e Ilustração na Northern Michigan University. Começou sua carreira profissional nos jornais e fazendo desenhos para a NASA até ingressar nas HQs via editora DC Comics e outras, como First Comics e Eclipse Comics. O apogeu de sua carreira foi a partir de 1987, quando estreou na revista Detective Comics, estrelada pelo Batman. Ele também ilustrou as revistas Batman eShadow of the Batman, uma revista com o herói Espectro e outra ilustrada pelo vilão (ou anti-herói) Anarquia, por ele criado. Com o fim dos anos 1990, Breyfogle não conseguiu mais trabalhos regulares nos quadrinhos, passando a se dedicar a outras atividades e ter dificuldades financeiras. Nos útlimos anos, fez trabalhos para as editoras Speakeasy e Archie, mas passa por problemas de saúde, após ter sofrido um infarto em 2014.
Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane, estreando na revista Detective Comics 27, de 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.

Homem-Aranha: Clássico escritor Gerry Conway vai escrever minissérie do personagem

Gerry Conway: de volta ao Homem-Aranha.
Gerry Conway: de volta ao Homem-Aranha.
Gerry Conway, um dos mais clássicos escritores doHomem-Aranha, irá voltar ao personagem. Ele publicou noTwitter ontem que escreve atualmente uma minissérie do personagem da Marvel Comicsque será publicada no ano que vem, entre o fim do inverno e o início da primavera (ou seja, entre fevereiro ou março de 2015). Conway é famoso por ter escrito a clássica história A Noite em que Gwen Stacy Morreu, a mais importante (e provavelmente, a melhor) aventura do aracnídeo, publicada em duas partes nas edições Amazing Spider-Man 121 e 122, de 1973, com desenhos de Gil Kane e John Romita. A aventura foi, inclusive, parcialmente adaptada no filme O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro.
Não há qualquer detalhes sobre o que será a minissérie por enquanto.
Gerald F. “Gerry” Conway nasceu no Brooklyn, em Nova York, em 1952 e foi parte da geração de jovens escritores que dominou o mercado de quadrinhos no início dos anos 1970, estabelecendo a Era de Bronze dos quadrinhos. Precoce como muitos de sua geração, Conway iniciou a carreira aos 16 anos, publicando histórias de terror na DC Comics, que tinha uma popular linha de revistas nessa temática. Mas seu sonho era escrever para os super-heróis da Marvel Comics. Por isso, fez um “teste de escritores” junto ao Editor-Chefe Stan Lee e seu braço direito, o editor assistente Roy Thomas. Embora Lee não tenha se impressionado demais, Thomas apostou no talento do garoto, de modo que Conway fez sua estreia na Marvel em 1970, escrevendo uma aventura de Ka-Zar, um personagem que vivia em uma floresta repleta de dinossauros.
A trágica cena envolvendo o Homem-Aranha, Gwen Stacy e o Duende Verde.
A trágica cena envolvendo o Homem-Aranha, Gwen Stacy e o Duende Verde.
Logo em seguida, Conway passeou por vários títulos da Marvel, fazendo seu nome ser estampado em diversas revistas em 1971, com aventuras de Demolidor, Incrível Hulk, Homem de Ferro, Inumanos e Viúva Negra. Também nesse período, foi cocriador doHomem-Coisa, ao lado de Stan Lee e Roy Thomas; e cocriador do Warenwolf by the night, junto a Thomas, Jean Thomas e o desenhista Mike Ploog. Conway ainda escreveu a primeira edição da revista The Tomb of Dracula, que trazia para as HQs da Marvel o famoso vampiro da literatura.
Ser bem sucedido em todo esse teste permitiu que Conway, aos 19 anos (!), assumisse a revista de maior sucesso da Marvel: Amazing Spider-Man. Era o próprio Stan Lee quem escrevia as aventuras do aracnídeo desdo o início do personagem dez anos antes, contudo, quando Lee foi promovido a Publisher da Marvel Comics, ficou sem tempo para escrever as histórias; indicou Roy Thomas como o novo Editor-Chefe e Conway como seu substituto para a revista do Homem-Aranha, na qual estreou na edição 111, de 1972.
O maior drama do Homem-Aranha.
O maior drama do Homem-Aranha.
Gerry Conway comandou Amazing Spider-Man por três anos, ficando entre a edição 111 e a 149, de1975. Nessa temporada (inicialmente com John Romita e Gil Kane como desenhistas, mas depois com Ross Andru na maior parte do tempo) produziu algumas das mais clássicas e famosasaventuras do cabeça de teia, a começar pelo trágico destino de Gwen Stacy, que se tornou um dos eventos mais traumáticos e importantes da indústria das HQs dos EUA em todos os tempos.
O Justiceiro em sua primeira aparição.
O Justiceiro em sua primeira aparição.
Além disso, Conway também trouxe várias adesões importantes, como a criação do Justiceiro (que depois se tornaria um dos personagens mais famosos da Marvel) e de vilões como Chacal e Homem-Lobo. Sua temporada equilibrou um humor hilariante com drama e ação. Foi em suas histórias, por exemplo, em que ocorreu a aproximação entre Peter Parker e Mary Jane Watson. Também foi quando Harry Osborn assumiu o legado do pai e se tornou o segundo Duende Verde.
Mesmo com a responsabilidade de liderar a revista mais vendida do mercado de quadrinhos dos EUA no início dos anos 1970, Conway continuou contribuindo para outras revistas, notadamente, para Fantastic Four, com as histórias do Quarteto Fantástico, que escreveu entre 1973 e 1974. Ele também escreveu a revista The Mighty Thor entre 1972 e 1975.
O primeiro encontro Marvel-DC: Superman e Homem-Aranha.
O primeiro encontro Marvel-DC: Superman e Homem-Aranha.
Após toda essa intensidade, Conway terminou saindo da Marvel e voltando à DC Comics, dessa vez, ingressando no selo de super-heróis, onde na revista All Star Comics criou a personagemPoderosa (Power-Girl). Com seu histórico de sucessos, também assumiu as principais revistas da editora, colaborando em Superman, Batman e Detective Comics (esta também com aventuras do homem-morcego).
Tendo em vista o intenso trânsito entre a Marvel e a DC, Conway foi o escolhido para escrever o histórico encontro entre o Superman (da DC) e o Homem-Aranha (da Marvel), em uma revista especial de 96 páginas, desenhada por Ross Andru (com colaborações de Neal Adams e John Romita), que foi um estrondoso sucesso e um marco no mercado editorial dos quadrinhos, lançada em 1976.
O jovem Gerry Conway: sucesso aos 19 anos!
O jovem Gerry Conway: sucesso aos 19 anos!
Em seguida, Conway terminou voltando à Marvel por um breve período, na qual chegou até a assumir o cargo de Editor-Chefe, sucedendo Marv Wolfman. Contudo, o escritor não se adaptou à função administrativa e se demitiu em apenas um mês e meio, sendo sucedido por Archie Goodwin. Ainda assim, esse retorno à Marvel rendeu uma série de histórias, notadamente o lançamento da revistaPeter Parker: The Spectacular Spider-Man,marcada por aventuras que focavam na vida estudantil de Peter Parker, na convivência comminorias étnicas e no pesado clima social dos anos 1970.
Bela capa de Jack Kirby para Avengers 156, escrita por Conway.
Bela capa de Jack Kirby para Avengers 156, escrita por Conway.
Também escreveu as revistas doDemolidor, Hulk, Capitão Marvel e os Vingadores, entre 1976 e 1977.
Mais uma vez, retornou à DC, onde assumiu a revista Justice League of America, com as histórias da Liga da Justiça, promovendo uma longuíssima temporada que se estendeu entre asedições 151 a 255, de 1978 até 1986! Paralelamente, ele continuou escrevendo aventuras do Superman e foi o responsável pela criação das edições gigantes comemorativas dos 50 anos do personagem, em 1978, que trouxeramSuperman vs. Wonder-Woman e Superman vs. Shazam!
Capa de Justice League of America 184, escrita por Conway.
Capa de Justice League of America 184, escrita por Conway.
Conway também criou o personagem Firestorm (Nuclear no Brasil), em 1978, que fez bastante sucesso na época.
Em 1982, Conway e Roy Thomas foram encarregados de escrever o grande encontro dos Vingadores (da Marvel) com aLiga da Justiça (da DC), projeto que infelizmente não se concretizou por causa de disputas criativas e comerciais entre as duas editoras.
Entre 1982 e 1986, Conway também foi o principal escritor das duas revistas doBatman, criando inúmeros personagens, como Jason Todd (que se transformou no segundo Robin) e o vilão Crocodilo.
Nuclear.
Nuclear.
Com a reformulação editorial da DC Comics em 1986, Conway terminou perdendo espaço na editora e ficou um tempo sem trabalhos relevantes. Em 1988, terminou voltando à Marvel Comics, onde assumiu a revista Spectacular Spider-Man ao lado do desenhista Sal Buscema. Pouco tempo depois, terminou assumindo também outra revista do aracnídeo, Web of Spider-Man(com o desenhista Alex Saviuk), mantendo o comando das duas até 1991.
É particularmente lembrada sua fase emSpectacular, onde criou o vilão Lápide e uma sequência de histórias cheias de tensão. EmWeb desenvolveu os personagens Irmãos Lobo e fechou o arco do vilão O Rosa.
Desde então, Gerry Conway se mantém meio afastado dos quadrinhos, contribuindo agora como escritor para a TV, notadamente nas séries de Law & Order.
Apesar de estar fora do mainstream das HQs de super-heróis há muito tempo, Gerry Conway é um nome que contribuiu de maneira impressionante para essa mídia e seus personagens. Será muito interessante poder vê-lo de volta a seu personagem mais famoso e ver o que a velha guarda ainda pode nos mostrar.

Jack Kirby: Familiares do artista encerram processo contra a Marvel Comics

Jack Kirby: grande criador visual do Universo Marvel.
Jack Kirby: grande criador visual do Universo Marvel.
A família do lendário artista Jack Kirby, o “rei dos quadrinhos” e cocriador do Universo Marvel ao lado de Stan Lee, encerrou o processo judicial que moviam há décadas contra a editora Marvel Comics. A família Kirby reivindicava direitos autorais de inúmeros personagens, como Hulk, Thor, Quarteto Fantástico e os X-Men. Segundo um comunicado oficial assinado pelos familiares e a Marvel, as duas partes assinaram um acordo amigável fora do tribunal, terminando a disputa.
Os termos do acordo, obviamente, não foram revelados.
Desde a morte de Jack Kirby, em 1994, a família vem movendo uma série de processos contra a editora. O atual processo foi aberto em 2009, após algumas mudanças na lei de “trabalho de aluguel” nos EUA, mas a Corte da Segunda Apelação deu ganho à Marvel no ano passado (leia mais aqui). A família Kirby foi representada pelo famoso (e polêmico) advogado Marc Toberoff, o mesmo que defendeu a família de Jerry Siegel, o criador do Superman, numa batalha contra a DC Comics, na qual a empresa  saiu vencedora – embora os herdeiros tenham ganho uma indenização em dinheiro e alguns direitos sobre a origem do personagem.  No Caso Kirby, a Corte Suprema tinha dado ganhos à Marvel, mas as apelações prosseguiram até o atual acordo.
O Caveira Vermelha versus Capitão América na arte de Jack Kirby.
O Caveira Vermelha versus Capitão América na arte de Jack Kirby.
Jack Kirby – leia aqui um post doHQRock sobre a trajetória do artista – foi um dos maiores desenhistas de super-heróis da história, tendo criado oCapitão América (ao lado de Joe Simon) para a Marvel em 1941, antes de sair para a DC Comics e fazer sucesso com histórias de guerra e faroeste. De volta à Marvel no fim dos anos 1950, Kirby fez parceria com Stan Lee e a dupla criou o núcleo central do Universo Marvel: Quarteto Fantástico, Hulk, Thor, Homem de Ferro, os Vingadores, X-Mene seus respectivos universos.
Além dos personagens principais, Kirby criou coadjuvantes que depois se tornaram personagens importantes, como Surfista Prateado, Pantera Negra, Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Nick Fury, a SHIELD e muitos outros; além de vilões emblemáticos, comoMagneto, Dr. Destino e Loki.
Thor, Asgard e a Bifrost por Jack Kirby.
Thor, Asgard e a Bifrost por Jack Kirby.
Kirby saiu da Marvel em 1970, após 102 edições do Quarteto Fantástico; 96 de Thor; e dezenas de outras em personagens variados; além de literalmente centenas de capas. Ele voltou à DC por alguns anos, até retornar outra vez a Marvel em 1975, onde trabalhou novamente com Capitão América, Pantera Negra e alguns outros personagens.
Ao longo da vida, o artista guardou rancor da Marvel (e de Stan Lee) por não ter recebido mérito suficiente por suas criações. Ele morreu em 1994, aos76 anos. Desde então, sua família vem brigando na justiça pela propriedade das criações do artista, que foi o grande criador visual da Marvel em seus primeiros anos.

Superman: Morre o clássico desenhista Al Plastino

Al Plastino: um dos principais desenhistas do Superman na história.
Al Plastino: um dos principais desenhistas do Superman na história.
Faleceu no dia 25 de novembro último Al Plastino, um dosmaiores artistasa desenharem oSuperman, o mais icônico dos super-heróis, publicado pela editora DC Comics. Plastino se notabilizou principalmente nos anos 1950, sendo cocriador de muitos personagens do universo do homem de aço, como a Supergirl, a Legião dos Super-Heróis e os vilões Brainiac e Parasita.
Nascido Alfred John Plastino em 1921, em Nova York, se criou no Bronx e estudou artes industriais, ingressando no mercado de quadrinhos em 1941, na editora Dynamic Comics, onde ilustrou personagens como Dynamic Man e Major Victory. Também trabalhou na Marvel Comics – na época chamada Timely – fazendo a arte final do Capitão América. Como muitos artistas da época, Plastino foi convocado a servir na II Guerra Mundial, produzindo cartazes para o exército.
Primeira aparição da Supergirl, com Al Plastino ainda imitando o estilo de Wayne Boring.
Primeira aparição da Supergirl, com Al Plastino ainda imitando o estilo de Wayne Boring.
De volta ao mercado comercial em1948, Plastino ingressou na DC Comics, trabalhando com oSuperman. Desenhou as revistasAction Comics, Superman, Adventure Comics, em histórias do Superman, do Superboy e daLegião dos Super-Heróis, da qual foi criador ao lado do escritor Otto Binder; também seu parceiro na criação da Supergirl e do vilãoBrainiac.
Inicialmente, Al Plastino eraobrigado pela DC Comics a imitar o estilo de Wayne Boring, o principal artista do Superman nos anos 1940. Na década seguinte, porém, Plastino pôde empregar seupróprios estilo, mais similar ao de outro grande artista do personagem: Curt Swan.
A Legião de Super-Heróis estreia nas mãos de Plastino.
A Legião de Super-Heróis estreia nas mãos de Plastino.
Plastino protagonizou um dosmomentos mais curiosos da carreira do Superman nas HQs. A pedido do Governo dos EUA, a DC encomendou uma história sobre um programa de exercícios físicos bancados pela gestão do presidente John F. Kennedy, em 1963. Plastino desenhou a história, em que o Superman se encontracom o presidente-estrela e, inclusive, revela suaidentidade secreta para ele. Contudo, Kennedy foi assassinado em Dallas em 22 de setembro daquele ano – há 50 anos atrás – ainda antes da revista ser publicada.
JFK  e Superman: encontro impedido pelo assassinato do presidente.
JFK e Superman: encontro impedido pelo assassinato do presidente.
A DC decidiu manter a história, mas substituiude última hora o rosto de Kennedy por seu substituto, Lyndon Johnson. Ainda assim, Plastino colocou uma imagem espectral de Kennedy no fim da história, com o ex-presidente observando o homem de aço voando.
Plastino e a arte original da história com JFK.
Plastino e a arte original da história com JFK.
Nos anos 1960, Plastino migrou palautinamente das revistas para as tiras de jornal. Entre 1966 e 1972produziu as tiras de Batman e de Superman, ao mesmo tempo em que esses personagens eram renovados em suas revistas e osvelhos artistas eram afastados. Asúltimas histórias desenhadas pelo artista nas revistas do Superman se deram em 1968. Plastino terminousaindo da DC e trabalhando na tira de Ferd’nando até se aposentarem 1989.
Ele também foi cotado para substituir Alfred Schulz nas tiras de Peanuts, no início dos anos 1970, quando um acordo entre o criador de Charlie Brown e sua editora quase falhou. Schulz realizou o acordo e as tiras desenhadas por Plastino nunca foram publicadas.
Al Plastino morreu vítima de umcâncer de próstata após uma longa batalha contra a doença. Ele tinha91 anos de idade.
Superman foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938 e desde então é publicado pela DC Comics.

DC Comics: Morre o desenhista Nick Cardy

Nick Cardy morreu aos 93 anos.
Nick Cardy morreu aos 93 anos.
Infelizmente, mais um desenhista davelha guarda se foi. Nick Cardy, um dos principais nomes da Era de Pratada DC Comics morreu ontem, vítima de insuficiência cardíaca. A notícia se espalhou via Facebook. O artista de 93 anos vinha sofrendo de problemas de saúde e piorou devido a uma gripe.
Nascido Nicholas Viscardi, em 1920, Nick Cardy foi mais um dos grandes nomes revelados no estúdio de Will Eisner e Jerry Iger, que tercerizavam material para várias editoras em quadrinhos entre o fim dos anos 1930 e início dos 40. Ele havia estudado desenho e escultura na Art Students League of New York e começou no estúdio em 1938, aos 18 anos, produzindo material para revistas como Fight Comics e Jungle Comics. Também via estúdio trabalhou em tiras de jornal. Sua carreira foi interrompida em 1943, quando foi convocado para a II Guerra Mundial, trabalhando como motorista assistente de tanque e sendo ferido em combate e medalhado por isso.
A bela arte do artista com Aquaman.
A bela arte do artista com Aquaman.
Após a guerra, dedicou-se à arte comercial e de propaganda, mas terminou retornando ao mundo das HQs em 1950, quando passou a ilustrar na famosa tira de jornal de Tarzan, comandada por Burne Hogarth. Em seguida, começou a trabalhar para a DC Comics, em histórias policiais e faroestes, como em Gang Busters e Tomahawk.
Sua entrada no mundo dos super-heróisse deu em 1961, quando substituiuRamona Fradon como desenhista doAquaman, numa série de histórias secundárias que o personagem tinha na revista Detective Comics, do Batman. Cardy terminou cumprindo praticamente todo o fim dessa temporada, entre osnúmeros 293 e 300.
Aquaman 15, por Nick Cardy.
Aquaman 15, por Nick Cardy.
arte ágil e bonita de Cardy terminou chamando a atenção para o personagem, que viveu uma onda de popularidadecomo nunca antes havia tido desde sua criação em 1941. Com isso, Aquaman ganhou uma revista própria em 1962 e Nick Cardy permaneceu como o desenhista.Aquaman teve desenhos de Cardy até onúmero 39, de 1968, embora o artista tenha permanecido criando as belas capas da revista até a edição final, n.º 56, de 1971.
O Jovens Titãs foi outro sucesso de Cardy.
O Jovens Titãs foi outro sucesso de Cardy.
Paralelamente, também passou a desenhar algumas das edições de The Brave and the Bold, revista que trazia histórias de encontros entre personagens da DC. Com isso, terminou se vinculando aos Jovens Titãs, o grupo de heróis adolescentes formado por Robin, Speedy (Ricardito, no Brasil) eAqualad. Inclusive, foi Cardy quem desenhou a estreia da personagem Moça-Maravilha, emThe Brave and the Bold 60, de 1965, em que a jovem passa a completar o time.
A Moça-Maravilha foi uma das criações de Cardy.
A Moça-Maravilha foi uma das criações de Cardy.
grande sucesso dos Jovens Titãs levou ao lançamento da revista Teen Titans, novamente com arte de Cardy, que permaneceu no título durante todas as 43 ediçõesda revista, entre 1966 e 1973.
Entre 1972 e 1975, Cardy também se notabilizou como um dos principais capistas da DC, ilustrando as capas de revistas como Batman, Superman, Flash e Justice League. Nesta última, Cardy também passou um período como desenhista das páginas internas, entre os números 99 e 116, de 1972 a 1975.
Nick Cardy se afastou dos quadrinhos após 1975, dedicando-se à arte comercial e aos cartazes de filmes,trabalhando, inclusive, no poster de Apocalipse Now, deFrancis Ford Copolla.

DC Comics: Escritor Paul Jenkins anuncia sua saída da editora e faz reclamação pública da empresa

Paul Jenkins: Sai falando mal da DC Comics.
Paul Jenkins: Sai falando mal da DC Comics.
Há problemas com a DC Comics? A editora que publicaSuperman, Batman e cia. vem sendo o alvo dereclamaçõesconstantes de escritores e desenhistas desde que lançou o eventoOs Novos 52, em agosto de2011, com umareformulação cronológica e editorial da casa. Mais de uma dezena de artistas já reclamaram publicamente do que chamam de arbitrariedades editoriais, imposição de histórias, truculência e até falta de ética. E duas novas “vítimas” vêm à público, o escritor Paul Jenkinse o desenhista J.H. Williams.
Williams, que continua trabalhando com a DC Comics na revista Batwoman – bastante aclamada pela crítica, inclusive – foi até cortês, apenas justificando que não irá trabalhar no chamado “mês dos vilões“, ou seja, o evento Forever Evil em que as revistas da casa serão “tomadas” por seus principais vilões, que irão sacudir as coisas. O artista disse que a editoria da DC o proibiu de utilizar qualquer referência ao trabalho de dois anos que desenvolve na revista, então, ele recusou tomar parte do evento. Aparentemente, ele retoma o título logo em seguida.
Dark Knight: revista de sucesso assinada por Jenkins na DC.
Dark Knight: revista de sucesso assinada por Jenkins na DC.
O caso de Paul Jenkins é mais grave. O escritor – vindo de aclamadas histórias principalmente na concorrente Marvel Comics – anunciou seu desligamento da DC, onde trabalha regularmente desde o início dos Novos 52, escrevendo a revistaBatman: The Dark Knight, juntamente ao desenhista David Finch, e tendo participações em outros títulos como DC Comics Presents (com o personagemDeadman ou Desafiador no Brasil) eStormwatch.
O autor não poupa críticas à DC, fazendo inclusive uma comparação com a Marvel. Ao site Bleeding Cool, ele disse:
Tive uma relação editorial que durou anos com a Marvel. Nem sempre foi uma relação perfeita, como eu e a Marvel bem sabemos. Mas embora não tenhamos nos acertado em tudo, meu negócio com a Marvel fica entre eu e eles. Os fãs teriam razão de reclamar se eu ficasse fazendo minhas queixas do dia a dia em público e sem motivo.Mas a DC é outro caso, completamente diferente. Por que eu quero falar do que aconteceu durante minha breve participação nos Novos 52? Porque eu fiquei abismado com os autores sofrendo bullying, e fiquei pirado com as coisas que vi no meu tempo por lá. Me deparei com mais mentiras, ameaças veladas, tentativas de justificar comportamento e sistema disfuncionais, do que vi em toda a minha carreira!
Jenkins também teoriza sobre o que está acontecendo. Para ele, o sucesso das adaptações cinematográficas dos personagens de quadrinhos e o bom momento do mercado de revistas(que apresenta os melhores números desde a década de 1990) fortaleceram as decisões editoriais (acusadas de arbitrárias) em relação à autonomia dos artistas.
Jenkins deixa ainda uma mensagem cifrada:
A DC está no buraco. Lembra da Marvel logo antes dos Marvel Knights. Você que chegue às suas conclusões quanto às semelhanças e conexões. Basta dizer que criaram uma cultura de desonestidade que afeta muitos autores. E o pior é quefazem bullying com os autores. Tentaram fazer comigo, mas eu os mandei irem para o Inferno!
Os Novos 52: polêmicas com artistas para construir uma nova cronologia.
Os Novos 52: polêmicas com artistas para construir uma nova cronologia.
A solução é simples: antes do lançamento do selo Marvel Knights, que trouxe uma série de histórias de teor adulto e grande qualidade à Marvel na virada para o século XIX, o Editor-Chefe da empresa era Bob Harras, o mesmo que é o Editor-Chefe da DCatualmente. Harras é um editorcontroverso, que já “bateu de frente” com muitos autores famosos – gente como John Byrne, Chris Claremont e Roger Sterndeixaram a Marvel por causa dele no passado – e o momento atual da DC parece favorecer isso.
Não é de hoje que vêm asreclamações de imposição editorial na DC Comics. Pouco antes de sua morte, em 2011, o escritor Dwayne McDuffiereclamou publicamente da editora – no que foi alvo até de um post do HQRock na época (leia aqui). Aparentemente, nos dias de hoje, a DC mantém uma rédea muito forte sobre os artistas acerca do que se pode fazer com os seus personagens, talvez numa tentativa de construir umacronologia mais coesa após Os Novos 52.
Contudo, a própria prática de reformulações cronológicas constantes da DC – Crise nas Infinitas Terras (1985), Zero Hora (1994), Crise Infinita (2005) e Os Novos 52 (2011) – colabora para a não existência de uma cronologia coesa, ao contrário da concorrente Marvel Comics que até hoje nunca recorreu a esse tipo artifício e mantém praticamente a mesma cronologia desde a criação do Universo Marvel em 1961, por Stan Lee e Jack Kirby.
Os Inumanos: série premiada de Jenkins.
Os Inumanos: série premiada de Jenkins.
O ruim para a DC é perder artistasde grande porte, como o próprioPaul Jenkins. Nascido em 1965, naInglaterra, Jenkins emigrou para os EUA na década de 1980 e iniciou sua carreira como editor, trabalhando para a editora  Mirage Studios, em 1988, com asTartarugas Ninjas, inclusive, fazendo o licenciamento que as transformaram em sucesso nos desenhos animados e vídeo games. Depois, foi para a DC Comics, onde trabalhou comoescritor na aclamadíssima sérieHellblazer, do personagem John Constantine, entre 1995 e 1998.
Em seguida, foi para a Marvel, trabalhando inicialmente na linha de terror da editora, comWerewolf by the Night, passando ao selo Marvel Knights, onde lançou com muito sucesso e aclamação a maxissérie Inumanos, ao lado do desenhista Jae Lee, em1998. A revista ganhou o prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos.
Origem: finalmente o passado de Wolverine revelado.
Origem: finalmente o passado de Wolverine revelado.
O início dos anos 2000 é o seu augecomo escritor: assumiu a revista The Incredible Hulk, ao lado do desenhistaRon Garney, onde produziu uma série muito aclamada, entre 2000 e 2001, num grande arco que ficou conhecido como Dogs of War; ficou cinco anos trabalhando com o Homem-Aranha, primeiro em Peter Parker: Spider-Man, depois em Spectacular Spider-Man (vol 02), entre 2000 e 2005, o que inclui arcos famosos como Um dia na vida, O retorno do Duende e Pecados Relembrados; e a minissérie Origem, que contou o passado de Wolverinepela primeira vez em 2000, com grande sucesso de público e crítica.
Sentinela: obra ímpar de Jenkins.
Sentinela: obra ímpar de Jenkins.
Além disso, Jenkins criou um novo personagem com Jae Lee, o Sentinela, que foi lançado em duas minisséries, em 2000 e 2001The Sentry narrava uma ousada história de um grande super-herói esquecido surgido na Era de Prata ainda antes do Quarteto Fantástico (a promoção tentava “enganar” os fãs dando a entender que foram o próprio Stan Lee quem criara o personagem nos anos 1950), mas que por algum mistério não era lembrado por ninguém. Nem por ele mesmo!
Paul Jenkins como personagem na revista dos Vingadores.
Paul Jenkins como personagem na revista dos Vingadores.
Mais tarde, o Sentinela foi de fatoincorporado ao Universo Marvel, quando o escritor Brian Michael Bendis e os desenhistas David Finch e Steve McNiven, incluíram o personagem nos dois primeiros arcos da revista New Avengers, com osNovos Vingadores, em 2005. O Sentinela inclusive nomeia o segundo arco. Por causa da trama, o próprio Paul Jenkins aparececomo personagem na história, sendo um escritor de quadrinhos que publicava as histórias do “personagem” que nem sabia existir de verdade.
Jenkins também tem passagens marcantes em Homem-Aranha e Capitão América.
Jenkins também tem passagens marcantes em Homem-Aranha e Capitão América.
Isso deu a oportunidade a Paul Jenkinsretomar o personagem e amarrar algumas pontas soltas de sua origem na brilhanteminissérie The Sentry (vol 2), em 2006, com desenhos de John Romita Jr., uma das obras mais impressionantes de quadrinhos psicológicos dos últimos tempos.
Paralelamente, Jenkins fez trabalhos na editoraTow Cow, com The Darkness, Witchblade e  The Agency, entre 2001 e 2006.
Ainda na Marvel, produziu a série de minissériesLinha de Frente, em que mostrava como ospersonagens “normais” (ou civis), liderados pelo jornalista Ben Ulrich (repórter do Clarim Diário, coadjuvante das histórias do Demolidor e do Homem-Aranha) reagiam aos grandes eventos da editora na época, como Guerra Civil e Hulk Contra o Mundo, entre 2006 e 2008; além da minissérie Penance (Penitência no Brasil), que apresentava o novo personagem-título, criado junto ao desenhista Paul Gulacy. Produziu, por fim, uma série de minisséries doCapitão América, chamadas Teatro de Guerra, em 2009.
Além do já citado trabalho recente na DC Comics, Paul Jenkins vem colaborando com o Boom! Studios, nas séries Deathmatch e Fairy Quest.
DC Comics já emitiu até uma explicação sobre os problemas recentes, mas a situação não parece mudar.
A beça arte de Nick Cardy a serviço da Canário Negro.
A beça arte de Nick Cardy a serviço da Canário Negro.
Capa para a revista do Flash.
Capa para a revista do Flash.
Capa para Detective Comics do Batman.
Capa para Detective Comics do Batman.

Desenhista brasileiro Mike Deodato completa 50 anos

Mike Deodato Jr.: 50 anos.
Mike Deodato Jr.: 50 anos.
O site Omelete trouxe uma lembrança importante: o desenhista brasileiro Mike Deodatocompletou 50 anos de idade no último dia 23. É algo para comemorar!
Deodato é um dos mais famosos e importantes desenhistas da Marvel Comics na atualidade, trabalhando com os Vingadores e já tendo diversos outros personagens no currículo, comoHomem-Aranha, Hulk e Thor.
O Hulk combate o Homem de Ferro na arte selvagem de Mike Deodato Jr.
O Hulk combate o Homem de Ferro na arte selvagem de Mike Deodato Jr.
Para se ter uma ideia, no ano passado o artista ganhou um livro de arte sobre seu trabalho na Marvel, feito pouco igualado no mercado.
Nascido como Deodato Taumaturgo Borges Filho, em 1963, em Campina Grande, na Paraíba, filho do também desenhista Deodato Borges, trabalhou com desenho desde os 15 anos de idade, publicando fanzines. Nos anos 1980, passou a trabalhar com jornais da Paraíba e, no início da década seguinte, foi um dos pioneiros artistas brasileiros a publicarem material nas editoras norte-americanas de super-heróis.
Seu sucesso abriu as portas para vários outros artistas brasileiros que também atuam no mercado até hoje.
Atingiu o sucesso primeiro na DC Comics, onde chamou a atenção na revista da Mulher-Maravilha, em 1994, que com sua arte sensual explodiu em vendas.
Elektra by Mike Deodato
Elektra foi um dos primeiros sucessos de Deodato nos anos 90. O artista trouxe a sensualidade aos quadrinhos americanos.
Migrando para a Marvel, desenhou a revista dos Vingadores por dois anos, entre 1994 e 1996, além de vários outros personagens, como Elektra, Hulk e Thor. Paralelamente, ainda fez trabalhos para a Image Comics(com Glory) e para a DC de novo (Batman).
Os Thunderbolts.
Os Thunderbolts.
sobrecarga de trabalho terminou prejudicando a qualidade de seu trabalho e após uma pausa, Deodato voltou com tudo no início dos anos 2000, com um traçodiferenciado, mais realístico. A partir de 2003, desenhou novamente o Hulk, teve uma fase marcante no Homem-Aranha, ilustrou a revista Os Novos Vingadores e criou, junto com o escritor Warren Ellis, uma nova encarnação do grupoThunderbolts, bem como sua continuação, os Vingadores Sombrios. Foi nesta oportunidade em que criou o personagemPatriota de Ferro, que acabou de ser adaptado ao cinema emHomem de Ferro 3. Em seguida, assumiu a revista dos Vingadores Secretos e o novo volume de Novos Vingadores.
O Patriota de Ferro nos quadrinhos: criação de Deodato.
O Patriota de Ferro nos quadrinhos: criação de Deodato.
Pensar os heróis da Marvel hoje em dia traz associado o nome de Mike Deodato, um dos principais artistas da Casa das Ideias.
Mesmo que atrasado, vale dar os parabéns a um dos maiores ilustradores da história recente do Brasil.
Capa de "The Marvel Art of Mike Deodato"
Capa de “The Marvel Art of Mike Deodato”

Morre o desenhista Carmine Infantino, um dos mais importantes da DC Comics

Carmine Infantino falece aos 87 anos.
Carmine Infantino falece aos 87 anos.
Segundo a própria editora DC Comicsfaleceu ontem o desenhista Carmine Infantino, um dos mais importantes da história da companhia, aos 87 anos. O artista ficou célebre por ajudar a  criar personagens como a heroína Canário Negro, a versão moderna doFlash e a Batgirl; além de ter sido o publisher da DC entre 1971 e 1976.
Nascido no Brooklyn, em Nova York,  Infantino começou a trabalhar com desenho ainda nos anos 1940. Seu primeiro trabalho publicado foi na Marvel, que na época ainda se chamava Timely, fazendo o nanquim no personagem Jack Frost, publicado em USA Comics 03, de 1942. Seguiu desenhando para praticamente todas as grandes editoras da época, mas foi na DC Comics onde faria sua carreira.
A primeira aparição da Canário Negro, em 1948.
A primeira aparição da Canário Negro, em 1948. Ao lado, o Flash dos anos 1940 e o Gavião Negro.
Ainda em meados dos anos 1940, já estava desenhando personagens famosos, comoFlash e Lanterna Verde, o supergrupoSociedade da Justiça, além de ter criado a heroína Canário Negro, juntamente ao roteirista Robert Kanigher. O visual elaborado por ele – uma loira fatal usando meia arrastão e jaqueta de couro – é usado pela personagem até os dias de hoje. Ela apareceu em Flash Comics 86, de 1947.
Com a queda da popularidade das revistas de super-heróis, no fim dos anos 1940, Infantino foi trabalhar em outros gêneros, como western e policial até que o editorJulius Schwartz, da DC, decidiu renovaralguns heróis clássicos da editora e lançá-los em novas versões.
Flash: uma das melhores criações de Infantino.
Flash: uma das melhores criações de Infantino.
O editor reuniu Kanigher e Infantino novamente para produzir uma nova versão do Flash, com o desenhista criando oicônico uniforme vermelho do herói, considerado um dos mais bonitos entre todos os super-heróis. O novo Flash, cuja identidade civil era Barry Allen, apareceu emShowcase 04, de1954, e foi um marco tão grande que é considerado o ponto inicial daEra de Pratados Quadrinhos.
O artista passou os anos seguintes trabalhando principalmente no Flash, que se tornou um dosmais popularespersonagens da editora. Inclusive, foi na aventura Flash of two worlds, em Flash 123, de 1961, que apresentou o conceito de multiverso à DC pela primeira vez, um elemento fundamental à cronologia da DC até hoje. Na trama, o Flash dos anos 1960 se encontra com o Flash dos anos 1940, que viveria em uma outra dimensão.
Infantino mudou o visual do Batman em 1964, criando a elipse amarela.
Infantino mudou o visual do Batman em 1964, criando a elipse amarela.
Contudo, Carmine Infantino também teve bastante importância para outros personagens, notadamente, o Batman. Em 1964, a DC encerrou o contrato com o estúdio de Bob Kane, o criador do homem-morcego, e contratou uma nova equipe liderada pelo escritorJohn Broome (cocriador da versão Era de Prata do Lanterna Verde) e Infantino para reciclar o universo do cavaleiro das trevas.
Infantino reformulou o visualdo Batman, dando-lhe uma aparência mais esguia, um traço menos cartunesco e mais elegante, aumentou as “orelhas” da máscara, o comprimento da capa e acrescentou a elipse amarela em torno do símbolo do morcego no peito do herói, criando a logomarca definitiva do personagem. Broome e Infantino fizeram umalimpeza completa no universo do herói, eliminando personagens ridículos da época – como Ace, o batcão – e outros redundantes, como a Batwoman.
A estreia da Batgirl Barbara Gordon em "Detective Comics 359", de 1967.
A estreia da Batgirl Barbara Gordon em “Detective Comics 359″, de 1967.
Além disso, Infantino criou, ao lado do escritorGardner Fox, a nova versão da Batgirl, que estreou em Detective Comics 359, de 1967. Na trama, a heroína é a filha do Comissário Gordon, uma ruiva adolescente chamadaBarbara Gordon. Até hoje, a Batgirl é uma daspersonagens mais populares do universo do homem-morcego e mesmo de toda a DC Comics.
O desenhista também trabalhou em outros personagens, como o Homem-Elástico e Adam Strange; e criou, junto ao escritor Arnold Drake, o personagem Deadman (Desafiador, no Brasil), que apareceu em Strange Adventures 205, de 1967.
A Batgirl é uma das personagens mais queridas da DC.
A Batgirl é uma das personagens mais queridas da DC.
O bom trabalho de Infantino levou a DC Comics a colocá-lo como designer de todas as capas da editora, a partir de 1966. Isso o levou automaticamente ao cargo de Editor de Arteda DC, na qual desempenhou um papel fundamental, ao abrir espaço para artistas mais jovens, como Neal Adams e Dick Giordano, além de escritores como Dennis O’Neil. Esses novos talentos promoveram uma verdadeirarevolução na DC a partir de 1969, modernizando personagens como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Liga da Justiça e Lanterna Verde.
Também foi Infantino quem levou Jack Kirby para a DC, depois de ter sido cocriador do Universo Marvel. O editor deu a Kirby bastante espaço e autonomia e o “rei dos quadrinhos” fez histórias marcantes com o Superman e criou todo um novo universo de personagens, com o Quarto Mundo, como Órion, Senhor Milagre e o vilão Darkseid.
Infantino: publisher da DC.
Infantino: publisher da DC.
Em 1971, Infantino foi promovido ao cargo editorial mais alto da DC, de Publisher. Um dos pontos mais altos de sua gestão foi ter organizado o histórico crossover entre o Superman e o Homem-Aranha da Marvel.
Porém, neste ponto, sua carreira teve um revez, com a editora sofrendo a concorrência da Marvel e vendo suas vendas despencarem. Foi removido do cargo em 1976.
A Mulher-Aranha da Marvel.
A Mulher-Aranha da Marvel.
Ele voltou a desenhar, indo trabalhar principalmente para a Marvel Comics, onde ilustrou a Mulher-Aranha, Nova e a revista que adaptava Star Wars, uma das mais vendidas do mercado na época. Também fez algumas edições de Vingadores e deMarvel Team-Up, que trazia aventuras do Homem-Aranha.
Voltou à DC em 1981, onde reencontrou oFlash para mais uma longa temporada, começando em Flash 296 até o número 350, de 1985, quando a revista foi cancelada. O personagem, então, foi morto na maxissérie Crise nas Infinitas Terras.
A partir do fim dos anos 1980, a produtividade de Infantino diminuiu, com ele colaborando com escolas de arte e fazendo trabalhos ocasionais.
O traço bonito e elegante de Carmine Infantino é uma das marcas da Era de Prata e sua contribuição aos quadrinhos permanece sendo cultuada.

Superman: Warner Bros. é vencedora do processo movido pelos herdeiros do criador do personagem

Superman: garantido para a Warner.
Superman: garantido para a Warner.
Desde 2008, corre nos tribunais dos Estados Unidos um ruidoso processo judicial envolvendo a disputa pelos direitos autorais do Superman, o maior de todos os super-heróis, entre os herdeiros do criador do personagem, Jerry Siegel, e a editora DC Comics, que publica as histórias do herói desde sempre e pertence ao conglomerado Warner Bros. Hoje, a Nona Rodada da Corte de Apelação deu ganho de causa à Warner.
No processo, os herdeiros de Jerry Siegel – escritor falecido em 1996 – representados por sua filha, Joanne Siegel Larson, reclamavam que a criação do Superman se deu antes da firmação de um contrato entre o criador e a DC Comics, de modo que o personagem não se enquadra na característica da lei de “trabalho sob encomenda” que protegeria a editora.
Jerry Siegel nos anos 1970.
Jerry Siegel nos anos 1970.
Em rodadas anteriores, chegou-se a dar à família Siegelparte dos direitos autorais sobre a aparência do personagem (seu uniforme, o símbolo do “s”) e de suaorigem, que aparece já em Action Comics 01, revista de 1938 que publicou a primeira aventura do Superman. Isso porque todo esse material já existiaquando Siegel e o desenhista Joe Shuster foram contratados pela DC Comics. Neste sentido, a família Siegel poderia produzir um filme de origem do Superman, por exemplo, sem ter que pagar nada à Warner por isso. A decisão de hoje, contudo, parece revogar isso.
No entanto, o resultado de hoje dá ganho à Warner alegando que, em 2001, a família Siegel fez um acordocom a empresa cedendo os direitos do Superman em troca de uma indenização milionária.
O conglomerado Warner/DC divulgou um comunicado oficial conciso celebrando o veredito:
A decisão de hoje justifica a posição de longa data da DC Comics de que entrou em um acordo vinculativo com a família de Jerry Siegel em 2001. A decisão do Tribunal abre caminho para os Siegel, finalmente, receberem a compensação que negociaram e que a DC está pronta para pagar há mais de uma década. Estamos extremamente satisfeitos que as aventuras do Superman possam continuar a ser apreciadas em todas asplataformas de mídia em todo o mundo para as gerações vindouras.
Superman:novo filme chegou a ficar ameaçado pelo processo.
Superman:novo filme chegou a ficar ameaçado pelo processo.
Com a decisão, a Warner está desimpedida para continuar explorando o Superman em todas as mídias, inclusive, no cinema. Um novo filme do herói, Superman – O Homem de Aço, estreia em junho deste ano.
É bem provável que a família Siegel recorra da decisão, mas analistas consideram, agora, a causa ganha para a Warner.
Jerry Siegel na época das primeiras histórias do Superman, no fim dos anos 1930.
Jerry Siegel na época das primeiras histórias do Superman, no fim dos anos 1930.
Jerry Siegel nasceu em 1914 emCleveland, Ohio, nos Estados Unidos, filho de imigrantes judeus da Lituânia. Desde cedo trabalhou em empregos temporários, como vendedor de jornais, e desenvolveu o gosto pela escrita. Ainda naescola, contribuiu com sucesso para o jornal escolar, chamado The Torch. Foi no colégio que conheceu o amigo e desenhista Joe Shuster, com que criaria o Superman pouco tempo depois.
Ainda bem cedo, Siegel e Shuster passaram a produzir histórias de ficção científica para fanzines e revistas pulp, sendo contratados pela editoral National Periodicals – a futura DC Comics – já em 1935, produzindo suas primeiras histórias em quadrinhos, com Henri Duval, no estilo de mosqueteiros, e o personagem místico Dr. Oculto. Mas seu primeiro sucesso mesmo foi o detetive Slam Bradley, que estreou em 1937 na revista Detective Comics 01 (a mesma publicação que dois anos depois traria a primeira história do Batman).
Siegel (em pé) e Shuster trabalham no Superman, nos anos 1940.
Siegel (em pé) e Shuster trabalham no Superman, nos anos 1940.
A mais proeminente criação da dupla, o Superman, estrearia no número 01da revista Action Comics em 1938 e foi um sucesso imediato. Siegel e Shuster, contudo, seguindo a tradição da época, venderam o personagem para a DC Comics, o que lhes daria muita dor de cabeça no futuro. Siegel foi o principal escritordas histórias do Superman em seus primeiros anos e definiu a maior parte do universo canônico do personagem, mas em 1946, com o fim de seu contrato com a DC, moveu um processo contra a editora para reaver os direitos que venderam e foi demitido. Além disso, Siegel havia apresentado o projeto do personagem Superboy à DC, que se negou a publicá-lo, mas o fez após sua demissão, o que valeu outro processo judicial.
Ao longo dos anos 1950, Siegel viveu uma fase muito difícil, fazendo trabalhos para pequenas editoras até voltar às histórias do Superman em 1959. O escritor foi um dos arquitetos da versão da Era de Prata do herói, numa série de reformulações, além de também ter escrito importantes histórias do Superboy (versão adolescente do herói) e da Supergirl.
Siegel e Shuster nos anos 1980.
Siegel e Shuster nos anos 1980.
Com a diminuição do trabalho com a DC no início dos anos 1960, Siegel foi para a Marvel Comics, onde assinou suas histórias como Joe Cartere produziu histórias doTocha Humana, Anjo e Ka-Zar. Sua relação com a DC Comics foi definitivamente rompida em 1967, quando entrou com um novo processopara reaver os direitos do homem de aço.
Contudo, com a iminência da produção do filme do Superman – que seria lançado pela Warner (nova dona da DC) em1978 – a editora fez um acordo com o escritor: a partir dali, passou a ganhar um salário vitalício em honra de seus serviços prestados e todas as histórias do Superman passariam a ter a inscrição “Superman criado por Jerry Siegel e Joe Shuster”.
Ainda nos anos 1970, Siegel restabeleceu sua carreira ao se transferir para a divisão italiana daDisney. Primeiramente, trabalhou com o consagrado desenhista Carl Banks nas histórias dossobrinhos do Pato Donald, que eram escoteiros, que fizeram bastante sucesso. Depois, passou a produzir também histórias de Mickey Mouse. Apesar dos quadrinhos da Disney não fazerem sucesso nos EUA, a editora italiana Panini distribuía o material para vários outros países daAmérica e da Europa, onde faziam muito sucesso, inclusive, no Brasil.
Após seu falecimento, em 1996, sua família passou a processar a Warner pela propriedade dos direitos do Superman e do Superboy, caso que aparentemente se encerra agora.
Superman foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938 e desde então é publicado pela DC Comics.

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